A Revista da Moto! HONDA PCX 1. 50, O TESTEEnfim chegou às nossas mãos o tão falado lançamento da Honda, o scooter PCX 1. Bonito e com ótimo acabamento, de cara conquistou a admiração de todos aqui – o mesmo fez com nove entre dez pessoas que consultamos, graças às suas linhas descoladas e contemporâneas. Mas este teste “é meu”, e logo tomo posse da enorme chave, item indefectível do interessante sistema Comb Lock (sobretampa magnética no contato). Saio da redação em uma chuvosa noite paulistana de fim de maio, na primeira missão prática do PCX em minhas mãos. De cara chama a atenção a facilidade e rapidez com que o motor entra em ação, incrivelmente com mais suavidade do que quando é desligado, graças ao ISS (Idilling Stop System), que desliga o motor quando fica em marcha- lenta por mais de três segundos. Nada do tradicional “chau- au- au- vrum” de um veículo normal, é “vrum” direto! O propulsor entra em ação instantaneamente, mesmo frio, parece mágica! Mas sei exatamente como funciona um motor e dou um tempinho para ele tomar seu salutar banho de óleo relaxante. O scooter parte silencioso e sem vibrações de motor. Uma surpresa surge ao encarar a primeira típica rua paulistana, na verdade apenas um pouco de asfalto em meio a um mar de remendos malfeitos: o PCX permanece silencioso, inclusive quanto a carroceria e suspensões – mas pula feito um cabrito, de dar dor no baço após um certo tempo ao guidão! Como não há nenhum tipo de regulagem, inclusive nos amortecedores traseiros, o jeito é se acostumar e/ou sugerir para a Honda uma “amolecida” nas próximas edições do PCX. Paro no semáforo, com o ISS ativado, e… nada! A magia do desligamento automático não aparece, mas é assim mesmo: é preciso que o motor esteja aquecido para que o inteligente sistema comece a atuar, o que ocorre depois de uns dois ou três quarteirões rodados. Falando nele, logo chegam outras aberrações do solo paulistano, primeiro uma lombada, poucos minutos depois uma valeta. Oba, hora de testar mais a fundo o comportamento dessas suspensões em pisos tão atípicos (para os “gringos”…) quanto estes. Na primeira, como não aliviamos a mão, o scooter deu uma pequena decolada e aterrissou firme, mantendo a trajetória sem sustos. Na segunda, exageramos na dose e o baque foi feio, do tipo “será que entortei a roda?”. Não, o maior prejuízo foi um forte impacto da mão direita contra a caixa dos comandos elétricos que, ainda bem, é toda arredondada e nada agressiva. Hoje vou mostrar as diferenças entre consórcio de moto e financiamento de moto para quem está em dúvida sobre qual dos dois é mais vantajoso. Amigo tanto na matéria quanto em comentários são os mesmos que o seu. Fico feliz que um proprietário venha expor o seu ponto de vista e sua opinião. A Honda não parece ser uma empresa com problemas para vender suas motos no Brasil. Aliás, ela é bem o contrário disso. Sempre esteve na liderança, e o consumidor. Já pensou em pegar sua moto e andar 500 quilômetros sem gastar uma gota de gasolina? E, melhor ainda, abastecer de graça em qualquer torneira? A reação do PCX não foi tão indiferente quanto antes, mas não chegamos a ter maiores dificuldades com o controle. A pressa me faz olhar para o belo e muito bem iluminado painel, em busca de um relógio, e nada: já que há um display digital, bem que o “bobo” poderia ter sido lembrado pela Honda, uma vez que custa praticamente nada (naquele momento foi inevitável me lembrar de camelôs oferecendo relógios digitais a R$ 5,0. A chuva aperta e me lembro que propositadamente dispensei as polainas, para verificar na prática a tão propalada capacidade de um scooter de manter os pés secos. OK, eles assim ficaram, mas em diversos momentos senti vontade de unir mais os pés, mania mesmo. Claro, no PCX não dá, pois há uma elevação no meio da plataforma para abrigar o tanque e outros elementos. Outro bom teste na chuva foi o dos freios. O sistema combinado CBS (Combined Brake System) do PCX funciona quase como se fosse ABS, explico: como o manete esquerdo aciona um dos três pistões da pinça flutuante dianteira, e as lonas do freio a tambor (argh!) traseiro, a frenagem é suavizada, sendo necessária mais força na mão, ficando quase impossível bloquear uma roda. Mas o trânsito de São Paulo é maluco mesmo, e logo um motorista ensaia invadir meu panorama com seu SUV ameaçador e paquidérmico: nessa hora chamei a trabalhar os dois manetes, com força, e o resultado foi uma parada em espaço curtíssimo e com forte desaceleração – chão bem aderente, seja dito. Ola pessoa comprei uma Bros 2011 shou de bola uma grande maquina e confortavel, so qu to com duvida em uma coisa ela ta fazendo uns estralos na suspenção track.Cuidado, meu feeeling alertava que, caso houvesse qualquer “oeni” (objeto esparramado não identificado) no solo, os pneus estreitinhos do PCX não teriam feito a menor cerimônia em derrapar. INVERSÃO – …de valores! Na primeira grande avenida cravo o velocímetro nos 6. De fato o motor ronca macio e se aproveita do bom torque que oferece (1,4. PCX está economizando bem, a conferir mais tarde com a calculadora na mão. De repente, uma “fechada” provocada por um motorista, uma das maiores causas de acidentes de motociclistas que nunca é lembrada na hora das estatísticas – “moto é perigosa e pronto”. Reação rápida, dedo na buzina e… nada, apertei a tecla dos piscas, que está onde não deveria estar. Tento entender onde a cabeça do japonês com espírito revolucionário frustrado estava quando bolou tal inversão. Pensando bem, no Japão o hantai (ao contrário) é meio institucionalizado, como prova o volante dos carros no lado direito, a mão de direção oposta, o açúcar em comidas que deveriam ter sal, as portas de casa que se abrem para fora, a escrita da direita para a esquerda, as revistas de trás pra frente… Após muito divagar, consigo chegar a só uma conclusão: japa maluco…Chegando perto de outra grande avenida, paro atrás da “irmã guerreira” do PCX, a CG 1. Pela segunda vez amaldiçoo a inversão dos botões de piscas/buzina: dou um toque involuntário na tecla errada, bi bi, e vejo o rosto motociclista curioso enchendo o espelho retrovisor da CG. Dá vontade de explicar, “não foi nada não, essa Honda é meio maluca e inverteu os botões aqui…”. Percebo que o motociclista está possuído pelo “espírito Moto. GP”, e bombeia o acelerador com olhos fixos no semáforo que momentaneamente se transforma no primo rico de Interlagos. Arrancamos com vontade e, surpresa! O sistema ISS é tão eficaz e rápido que scooter e moto partem juntinhos, como que provando a paridade de potências, na casa dos 1. Nesse interim deu para notar também que o CVT do PCX aproveita muito bem a força do motor, sem patinadas de embreagem desnecessárias ou muito tempo segurando a “primeira marcha” (polias em posições extremas, “de força”). Apenas mais um fato que deve se traduzir em economia de motor e de gasolina. Chegando em casa, hora de estacionar. Nas manobras de garagem, o motor do scooter se desliga a todo momento, inconvenientemente. Hora de usar a tecla que desativa o sistema ISS, que resolve o inconveniente. Desligo o motor, mas lembro que vou precisar da luz do farol por mais alguns instantes, para guardar algumas coisas e pegar outras. Ao religar a chave, apenas os dois faroletes que ladeiam o farol principal funcionam: espertinho o PCX, ele poupa a energia da bateria, naturalmente sobressolicitada por causa do ISS. Mas esses faroletes não conseguem emitir “luz curva” que chegue ao bom porta- objetos sob o banco: bem que ele poderia ter iluminação e, se não for pedir muito, uma forraçãozinha, nem que seja com um carpetinho mixuruco, como têm até scooters mais populares. Mas o tamanho é bom e no dia seguinte consegui abrigar facilmente a capa de chuva e um capacete reserva. Todavia, em outro dia coloquei um kit de corrente/cadeado no baú, e a partir daí surgiu um “blupt- blupt” a cada buraco: o revestimento evitaria ou ao menos atenuaria o incômodo ruído. DURO – No dia seguinte, volta à Redação, rotina diária. Vejo o mar de carros, centenas deles, entupindo a avenida com o sugestivo nome de Brasil. As ondas de gases ascendentes distorcem as imagens e vão formar aquela faixa marrom no horizonte – dizem que a poluição gerada pelos automóveis está acabando com o planeta, pouco duvido. Imagino as toneladas de poluentes que deixariam de ocupar nossos céus caso todos os veículos tivessem o ISS. Penso em nossos políticos, quem sabe algum dia eles desenvolvam um mínimo de inteligência e criem leis úteis, incentivando os veículos elétricos e tornando o ISS obrigatório, por exemplo. Os carros partem e logo param de novo, normal em Sampa, e nessa hora o torque de “CG das fortes” e a boa maneabilidade deste scooter implicam grande agilidade, só atrapalhada um pouco pelo guidão, que poderia ser um pouquinho mais estreito e ter as ponteiras antivibração embutidas, como a própria Honda faz em diversas motos. Ainda falando em guidão, como ele é curiosamente igual ao de uma moto e inusualmente alto para um scooter, nunca interfere com as pernas do condutor – apenas se este for tipo Oscar do basquete, poderá ocasionalmente tocar seus joelhos na parte traseira do escudo. Por sua vez os espelhos se portaram bem, garantindo boa retrovisão graças a seu tamanhão e não se movendo em buracos “normais” (ao vencer uma cratera se desregularam, sim). Fim de semana chegou, arrisco pegar uma estrada, pouca coisa, mais para testar o PCX nessa condição. Com vento neutro, após uma aceleração consistente e suficiente (0 a 8. O número é maior que muita moto de mesma cilindrada que há por aí, um mérito para quem tem câmbio CVT. Fora mínimos balanços perto da velocidade máxima, típicos de scooters e nada assustadores, não registrei nenhum problema de estabilidade. Confirmei ainda a natural falta de proteção aerodinâmica, uma vez que o para- brisa é pequeno, mas ao menos as pernas e os pés viajam relativamente protegidos, item importante na categoria scooter. Aproximava- se a hora de devolver o “quase totalmente gostoso” PCX, buá. O quase fica por conta da dureza das suspensões, e até fiquei um tanto cismado: não estaria sendo muito chato e/ou crítico? Minha coluna vertebral não estaria reclamona demais? Resolvi obter uma segunda opinião. Ofereci uma voltona a um experiente mecânico, que voltou encantado com o desempenho e a ausência de ruídos do PCX. Mas, falando sobre as suspensões, comentou: “bem firme, lembra quando colocamos excesso de óleo nos amortecedores…”. Dois a zero. Tá bem, mais um palpite, desta vez de um motociclista e engenheiro mecânico pra lá de habituado a todo tipo de moto. Esqueceram dois pedaços de cabos de vassoura dentro dos amortecedores?”. Três a zero. Está na cara, são suspensões destinadas a um Primeiro Mundo lisinho, não ao nosso Brasilzão modelo queijo suíço.
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March 2019
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